Ontem, Dia dos Namorados, muita gente saiu (ou não) de casa para comemorar com seus pares. Sempre um dia agitado em qualquer bar ou restaurante, lotados com os ávidos enamorados prontos para provar suas paixões. Eu já passei pela fase do "eu não tenho namorado mesmo... Comemorar o quê, né?" Depois, assumi minha solteirice crônica durantes uns bons anos e cai na gandaia. Época de faculdade, época de recém-formada. Só queria farra. Aí surgiu o Feio, o cara da minha vida. E olha que eu nem sabia. Só descobri lá pelo 27º encontro quando ele continuava insistindo em namorar e eu não queria. Pode? Eu realmente não estava muito interessada em compromisso e o menino lá, todo pidão, querendo quase colocar a aliança no meu dedo.
Vencida pelo cansaço e pela curiosidade neste cabra com sotaque paulista, acabei cedendo às tentações do relacionamento estável. Namorados, enfim. E olha que era namoro certinho mesmo, desses "pra casar". Sou assim, certinha, libriana, quase obcecada por planejamento. Brincadeiras a parte, na empolgação de um Dia da Santo Antonio (um 13 de junho da vida), eis que coloco a imagem do santo de cabeça para baixo, pendurada, lá no cantinho do armário, longe dos olhos mais atentos. Mas o Feio era tão empolgado que realmente acho que não precisava, não... Mas, o seguro morreu de velho, é o que dizem... Então o santinho ficou lá de ponta cabeça e não demorou muito para o pedido acontecer em alto e bom som. "Vamos nos casar?" Assim mesmo, sem cerimônia. Quem gaguejou fui eu. "Como?"
A ficha caiu e as coisas se resolveram rapidinho. E a gente praticamente já morava junto, lá na casa de Mamy. A cama já era de casal, o computador e o
video game já estavam lá no meu quarto. A mãe dele já não o via há um tempinho e até ligou um dia só para ele para confirmar "você se mudou e nem me avisou?" Fazer o quê? A gente não é casal comum mesmo não. Passamos na frente de uma loja no shopping e resolvemos comprar as alianças. Ele fez o pedido formal para minha mãe. Dalí a exatamente um ano, no dia 15 de abril de 2001, as alianças foram para a mão esquerda, declaramos nosso casamento e fomos morar juntos. Até hoje não assinei papel nenhum com o Feio. E precisa?
Nestes dez anos já nos divertimos muito, brigamos um bocado, quase nos separamos uma ou duas vezes (eu disse quase), criamos um cachorro maravilhoso, tivemos uma filha incrível e compartilhamos as alegrias, as broncas, as contas e os lucros de um amor que vai sim durar a vida toda. É isso que queremos e por aí vamos. Só ontem, precisei me render à modernidade e desejar feliz Dia dos Namorados via Skype. O Feio foi fazer um trabalho em São Paulo e só chega na sexta. Mas ele chega, sim, e aí nosso Dia dos Namorados vai continuar, sempre e sempre, para sempre. Amotu, Feio. Kisses da sua Lilu.