segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sacrilégio ou Reciclagem?

Essa eu vou deixar para vocês decidirem, meus tímidos leitores. Tenho certeza que devem compartilhar comigo a paixão pelos livros (pelo menos alguns dois ou três de vocês). Portanto, entenderão minha indignação ao me deparar com essa vitrine, no mínimo, ousada, de uma loja do mundo Shopping Recife. O danado (danada) do (ou da) vitrinista inventou que empalar livros antigos é algo moderno... Como? É isso mesmo... De cara achei de um absurdo total e completo. Nunca permitiria algo assim com livros. O que me parece é que querem mesmo é matar de uma vez por todas as publicações. O papel profanado como se não passasse de carne no espeto. Pois não é que estavam mesmo no espeto, os inocentes livros? Cujo único crime foi envelhever, ter suas páginas amareladas e esfareladas pelo tempo ou pelo descuido dos seus donos. Livros de Sebo, sem dúvida alguma.

Eu fiquei avaliando e percebi que os pobres não pareciam ter muito mais tempo de vida. Por conta do deixa pra lá de algum famigerado literato que um dia foi seu guardião. Será que não mereciam destino mais digno, em uma biblioteca ou mesmo na casa de alguém mais condescendente com sua idade? Mas o que restou mesmo aos condenados foi o sacrifício na vitrine. Como uma forma de reciclagem de lixo? Para mim ficou a sensação mesmo é de uma ilustração de mau gosto para as roupas das dondocas de Boa Viagem. Que, com certeza, não devem ter lido nenhuma daquelas páginas nem outras sequer. Bem, devo ter paciência com os novos tempos, a mente aberta para as novas possibilidades que a tecnologia nos oferece... Eu estou tentando, mas daí a deixar passar uma coisa dessas, não dá mesmo... Profanar assim as páginas de um livro devia sim ser crime, nem sacrilégio, nem reciclagem.

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