terça-feira, 13 de novembro de 2012

Qual é o gosto da sua infância?

"Eu achei o gosto da minha infância." Declarou, feliz, João. Ele chegou bem na hora do almoço aqui na agência com um saco amarelo de uma farmácia bem conhecida da região. Aí nos mostrou o que trazia na sacola... Duas garrafinhas de Pitchula (!). Vale dizer que João (assistente de atendimento) é baiano e morou no Piauí... Bem, foi lá por aquelas bandas que ele aprendeu a gostar dessa iguaria popular infantil, um refrigerante que, devo admitir, não experimentei. Mas ele estava tão feliz que ia almoçar tomando sua Pitchula que respeitei suas preferências (duvidosas) de quando criança. E ele continua gostando da bebida, viu?...

A conversa continuou girando neste assunto. Na hora, eu, pernambucana, lembrei logo das caçulinhas que eram vendidas em garrafinhas de vidro e que eram indispensáveis nos lanches da pirralhada, no anos 1980. Outro colega, cearense, lembrou de um biscoito que ele jura ser o mesmíssimo de quando era moleque. Nem embalagem, nem gosto mudaram. Que alegria! Pois é fato que, quando crescemos, nossos paladares mudam (evoluem ou degeneram? Fica aí a polêmica para vocês). Portanto, é fácil encontrarmos hoje em dia guloseimas que eram o máximo quando éramos crianças, mas hoje, ao experimentarmos, não temos a mesma satisfação de antes... Admito que nostalgia é comigo mesma...

Hoje cedo, lembrei de história de "o gosto da nossa infância", sem mais nem menos. E lembrei, realmente, qual foi o gosto da minha infância. Insubstituível. É algo tão simples, mas era inigualável. Pipoca. Mas não um simples e qualquer milho estourado... Era a pipoca fofa, quentinha e cheirosa que um velhinho vendia na frente do Colégio Maria Auxiliadora, onde estudei até a 7ª série (atual 8º ano). Até meus 13 anos, pude aproveitar aquele sabor único. Ninguém jamais fará aquela pipoca... O carrinho do velhinho (não lembro o nome dele... ) ficava do lado de fora do colégio, e, através de uma abertura no portão (ou era no muro?) podíamos comprar, na hora do recreio, pipoca e jambos com cobertura igual às das maçãs do amor (só que bem quente e nada grudenta. Isso também era fantástico!).

As crianças, de todas as idades, disputavam espaço e vez para conseguir seu saco de pipoca... que ficava ainda gostosa quando comíamos junto com uma bala Gelis de cereja. O sal da pipoca com o doce/gelado do bombom... hummmm. Menino! Que saudades daquele sabor. Esse sim, era o gosto da minha infância. O mais marcante e que deixou muitas saudades. Lembro que, minha prima caçula, Marina, estudou no mesmo colégio até se formar, há cerca de 2 anos... Eu perguntei a ela sobre o velhinho da pipoca e ela disse que ele ainda esteve por lá durante um bom tempo... Mas hoje em dia ele já deve até ter ido para a outra (e melhor) vida. Quem sabe? E, na verdade, os gostos da nossa infância devem mesmo ficar lá, nos dias em que éramos crianças. O gosto era diferente, era inocente. E você? Qual é o gosto da sua infância?!

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