quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sua mãe é você amanhã.


Resolvi trazer para vocês um texto antigo mas que permanece atual. E o tempo passa e cada vez me convenço do seu teor. Aproveitem!

Sua mãe é você amanhã.

Duvido que você, quando criança ou adolescente, nunca tenha passado alguns vexames por causa da sua mãe. Isso é de praxe. E sempre que acontecia você jurava que nunca faria as mesmas coisas que ela fazia. E que nunca diria as mesmas coisas que ela dizia. Mas aí o tempo passa... E você começa a se deparar com duas situações subsequentes. A primeira é quando as pessoas começam a reconhecer a sua mãe através dos seus gestos e maneira de falar. A segunda é quando você se pega dizendo as mesmas coisas que ela e fazendo as mesmas coisas. É, mulheres, suas mães são vocês amanhã. Não acreditam? Pois esperem e verão!

Eu já cheguei a esta etapa de vida. Passei pela fase da negação e agora, já me sinto à vontade para dizer que aceitei a sina de toda mulher. Transformar-se em sua mãe, em algum ponto da estrada. Só para citar uma única característica da minha mãe que sempre me irritou profundamente: falar alto. Na verdade, em alguns momentos o falar já tinha evoluído para o verbo gritar. Nos últimos tempos, fiquei chocada quando meu marido comentou que eu estava falando igualzinho a dona Socorro. E parei para me perceber. E não é que era verdade!?...

Como tudo na vida que não tem remédio, remediado está, eu me acostumei com o tom alto da voz da minha mãe. Acho que sem isso as coisas não são as mesmas. O silêncio parece incomodar muito mais. Afinal, quando ela fala baixo está doente ou triste demais e isso, definitivamente, não é legal. E eu, no mesmo ritmo, vou falando alto mesmo e rindo com vontade como ela. Bem espalhafatosa, como eu nunca achava que seria.

Aquela menina tímida e calada da minha infância fez jus ao sangue e agora fala alto mesmo e briga com quem pisar nos seus calos. Essa é dona Socorro. A minha mãe. E essa sou eu mesmo cada vez mais igual e às vezes tão diferente dela. Mas, na essência, viemos da mesma fôrma. Mulheres que aprenderam a dar gritos para serem ouvidas ou, simplesmente, dar o sorriso ou a gargalhada certa.



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