terça-feira, 26 de novembro de 2013

Bazar Natalino do Lar de Clara


Vamos participar e contribuir para o Natal das crianças e dos seus familiares. A Lilu indica e recomenda!

domingo, 24 de novembro de 2013

Meu Leão na Série A.

Cinquenta mil pessoas. Essa foi a estimativa que a Polícia Militar fez da quantidade de gente que esteve na carreata entre o Aeroporto do Guararapes e a Ilha do Retiro, no Recife, para recepcionar o time do Sport neste domingo de muito sol e de muita alegria para a nação rubro-negra. É isso aí, estamos de volta à Série A do Brasileirão em 2014. Ano importante. Ano de Copa do Mundo no Brasil. Faz bem para o ego estar sim na elite do futebol brasileiro, não vou negar. Nada de falsa modéstia, pois a paixão pelo time e o amor às cores do Sport são reais e são para sempre. Parabéns aos jogadores, ao técnico e a todo torcedor que acreditou (ou nem tanto) no acesso.

Para não deixar de registrar o restante do domingo no quesito futebol, o Náutico entregou mesmo os pontos e levou a maior goleada da temporada (6 x 1 do Atlético-PR). Desce o alvi-rubo. Sobe o rubro-negro. Vamos ver se o Sport será o próximo saco de pancada na Série A como ironizam as "barbies". Ou se conseguiremos viver um filme mais alegre do que o Náutico viveu em 2013. O certo é que será um ano memorável para o futebol e para quem gosta de futebol. Copa do Mundo garante ótimas disputas. Apesar de não mais me empolgar e vibrar com a seleção brasileira, estou torcendo para ver bons jogos das demais equipes. Além disso, teremos o Sport na Série A e o Náutico e o Santa Cruz na Série B. O que também vai nos reservar ótimos embates futebolísticos.

Por falar em Santa, não é que o tricolor pode ainda levar o título de campeão da Série C?! Hoje ficou no empate com o Sampaio Corrêa, em São Luiz-MA e trouxe a decisão do campeonato para o mundão do Arruda. Alguém duvida que o Arrudão vai estar simplesmente lotado no próximo domingo? Se hoje, dia 24 de novembro, tivemos a cidade vestindo vermelho e preto, domingo, dia 01 de dezembro teremos um dia tricolor. E, quem sabe, comemorando, além do já garantido acesso à Série B, uma conquista merecida para um time que é o xodó da torcida pernambucana. Kisses e saudações rubro-negras da Lilu para todos. Um boa semana e nos vemos por aí.

Orgulho das cores do Leão até em Paris!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Canções de Ninar

Estou em uma semana nostálgica...
Nada melhor que trazer um pedacinho do inédito Canções de Ninar para vocês meus fiéis seguidores e leitores. Sempre adoro reler meus textos. Espero que aproveitem também.


Tragédia silenciosa
(reescrito a partir do texto Ato de Devorar, 23.03.93)

A cena fica retida nos olhos sem pálpebras. A cabeça da criança está inerte na areia. É a última testemunha do espetáculo de sangue e morte. Na retina sem lágrimas o mundo resume-se a um segundo de horror.

As bestas mataram a fome, enquanto o sol do deserto queima os cabelos descoloridos da criança. Ela não mais sente o corpo pequeno e leve. E juntamente com o corpo, foram-se as lembranças.

Desconhece o próprio nome. O olho podia ver ainda, mas não se move em sua órbita: sangue e mais sangue. O altar dos sacrifícios provocados pelas bestas é o deserto, areia e sol. As garras enterraram-se em seu corpo e ela nada pôde fazer. Esquece gritos e lágrimas. Apenas dor. Os caninos rasgaram a carne, arrancada de ossos tão brancos.

A cabeça esquecida pelas bestas é sobra do banquete. Uma boca sem sorriso, apenas areia e saliva, ainda úmida. Pode senti-la. Sangue e silêncio, depois que os pedaços dos pais foram devorados.

As imagens não estão nítidas como antes, e a cabeça guarda o vulto do abutre que belisca seu olho sem pálpebras.
Janeiro, 1999

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sua mãe é você amanhã.


Resolvi trazer para vocês um texto antigo mas que permanece atual. E o tempo passa e cada vez me convenço do seu teor. Aproveitem!

Sua mãe é você amanhã.

Duvido que você, quando criança ou adolescente, nunca tenha passado alguns vexames por causa da sua mãe. Isso é de praxe. E sempre que acontecia você jurava que nunca faria as mesmas coisas que ela fazia. E que nunca diria as mesmas coisas que ela dizia. Mas aí o tempo passa... E você começa a se deparar com duas situações subsequentes. A primeira é quando as pessoas começam a reconhecer a sua mãe através dos seus gestos e maneira de falar. A segunda é quando você se pega dizendo as mesmas coisas que ela e fazendo as mesmas coisas. É, mulheres, suas mães são vocês amanhã. Não acreditam? Pois esperem e verão!

Eu já cheguei a esta etapa de vida. Passei pela fase da negação e agora, já me sinto à vontade para dizer que aceitei a sina de toda mulher. Transformar-se em sua mãe, em algum ponto da estrada. Só para citar uma única característica da minha mãe que sempre me irritou profundamente: falar alto. Na verdade, em alguns momentos o falar já tinha evoluído para o verbo gritar. Nos últimos tempos, fiquei chocada quando meu marido comentou que eu estava falando igualzinho a dona Socorro. E parei para me perceber. E não é que era verdade!?...

Como tudo na vida que não tem remédio, remediado está, eu me acostumei com o tom alto da voz da minha mãe. Acho que sem isso as coisas não são as mesmas. O silêncio parece incomodar muito mais. Afinal, quando ela fala baixo está doente ou triste demais e isso, definitivamente, não é legal. E eu, no mesmo ritmo, vou falando alto mesmo e rindo com vontade como ela. Bem espalhafatosa, como eu nunca achava que seria.

Aquela menina tímida e calada da minha infância fez jus ao sangue e agora fala alto mesmo e briga com quem pisar nos seus calos. Essa é dona Socorro. A minha mãe. E essa sou eu mesmo cada vez mais igual e às vezes tão diferente dela. Mas, na essência, viemos da mesma fôrma. Mulheres que aprenderam a dar gritos para serem ouvidas ou, simplesmente, dar o sorriso ou a gargalhada certa.