segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Ansiosa, eu?! Demais.

Li em algum post de Facebook que ansiedade é excesso de futuro e que, depressão, é excesso de passado. Durante minha vida funcional atual, gravitei entre um e outro extremo com certa constância. Nos últimos anos, o que mais me atacava era a ansiedade. O quê?! Você nunca notou?! Acorda, pessoa... Ansiedade é meu segundo nome. Então, depois de muito penar, resolvi dar um basta (ou pelo menos, uma trégua) para essa agonia diária. Quem não tem transtorno de ansiedade, não sabe do que estou falando. Qualquer espera ou situação, às vezes as mais corriqueiras, podem se transformar em uma tortura. Por isso costumo dizer que não gosto de surpresas e novidades.

Estou chegando aos 40 anos "quase sóbria" de drogas e medicamentos para esse mal que aflige muito mais gente do que você imagina. Digo "quase" porque, por volta dos meus 18 anos, cheguei a tomar Prozac para resolver um quadro de depressão. Fiz também uma breve e frustrante terapia. Nunca mais tentei nada parecido, convencida de que meu problema não seria resolvido assim, com essas "muletas" químicas, como eu denominava os remedinhos da felicidade. Encarei a vida, o trabalho, o casamento, a maternidade, as dificuldades e as alegrias, sempre de mãos dadas com as minhas ansiedades. Achando que "eu era assim mesmo". Cultivei neste meio tempo muito choro nas horas mais próprias e impróprias, uma gastrite série e uma úlcera gigante que quase me mata e uma fama de estressada, nervosa, frágil que deverá me acompanhar até o além túmulo.

Aí o tempo passou, e eu acho que fui ficando velha mesmo... me vendo como uma idiota limitada por não conseguir fazer uma coisa que todo mundo (ou quase todo mundo do meu mundo) faz de forma muito simples: dirigir um carro. Eu sofria bullying mesmo, se formos olhar de forma bem crítica esta situação... Então, depois de muito pensar (sempre achei esse um dos meus maiores defeitos: pensar demais), encarei a escola para habilitados que incluía terapia com uma psicóloga especializada no assunto fobia de dirigir. Foi naquele momento que começou o meu despertar, quando, finalmente, procurei ajuda profissional. 

O tempo passou, consegui dirigir e ainda estou superando esse medo, aos poucos. Todo mundo que tem o famigerado transtorno de ansiedade se vê como um ex-viciado, vivendo um dia de cada vez. No final do ano passado, me deparei com uma situação impensável, complicada, mas que não será aqui explorada. Sorry... O que importa é que essa e outras coisas me levaram a procurar, novamente, ajuda. Desta vez, apelei para as drogas lícitas. Com receita em uma mão e o coração em outra, comprei minha primeira caixa de Fluoxetina 20 mg (para controle dos sintomas da ansiedade). No começo não quis admitir para ninguém, nem para a família mais próxima. Meio com vergonha de ter "apelado" para as muletas que eu tanto criticava.



Mas, sinceramente, depois do período de adaptação ao remédio, só pensava em como eu havia sido boba. Por que eu não fiz isso antes?! Talvez eu tivesse sofrido menos em anos anteriores... O que é claro é que eu precisava mesmo de uma ajuda química para me dar um pouco mais de tranquilidade. Para poder pensar com mais clareza. As ansiedades e os estresses continuaram surgindo. Só que, agora, eu os vejo realmente como são: situações a serem vividas e problemas a serem resolvidos, sem precisar fazer "das tripas, coração", sem tanta angústia. Tento hoje encarar as coisas com mais otimismo e bom humor e não sempre com aquele sentimento de derrota antes mesmo do jogo começar. Tenho ainda muito a dizer sobre essa minha experiência. Um dia eu volto para conversarmos mais sobre isso, meus amados e tímidos leitores.

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