Não tem jeito, faltou energia e dormir vira missão impossível. Eu estava quase caindo no sono ontem, quando o apagão deixou o Nordeste às escuras. Ainda fingi que não era comigo e tentei apagar também, mas que nada. Nem tanto o calor... Mas o silêncio... Sim, isso que a gente quase não ouve hoje em dia com tanta coisa ligada ao mesmo tempo, o tempo todo. No meu quarto, minha canção de ninar, muitas vezes, é o som dos video games que o maridão adora. Quando não, o barulho do ventilador e do computador enertamente ligado; as luzinhas do stand by da televisão e do home theater. Tudo isso contribui para um back ground essencial na hora do meu sono. (Eita quanta palavra em itálico!)
Pois ontem era o silêncio o companheiro que iria me colocar para dormir. Pois que nada... Quem disse que dormi? Fique de olho fechado só lembrando das noites que passamos no interior, quando eu era criança, quando minha mãe nos levava (eu e o Brother) para visitar os parentes em cidades pequenas, em casas modestas, de teto sem forro, daqueles que vemos as telhas e as ripas de madeira. Quando o clima não exigia nem ventilador, só o mosquiteiro sobre a cama. Nossa que nostalgia, heim?! Pois me lembro muito daquele silêncio total, sem o som das ruas, dos carros, tão comum às grandes cidades e que já viraram ruído branco para nossos ouvidos. Sem os barulhos dos eletrodomésticos. O que ouvíamos mesmo eram os rasantes dos pernilongos do lado de fora do mosquiteiro (ainda bem. Eu dentro e vocês, fora!).
E nesta madrugada precisei de algum som, algo que me trouxesse dessa viagem ao tempo de infância, que me arrancasse das garras destes silêncios para mim nada naturais. E fui mesmo para a sala e, enroscada na "cadeira do papai", cochilei até a energia bendita das as caras novamente. Aí voltei caindo pelos cantos para a cama, onde o mundo havia voltado ao normal com o ventilador vivo e os barulhinhos reconfortantes dos equipamentos eletrônicos que povoam meu quarto, graças ao maridão e graças à modernidade. Que possamos continuar nessa normalidade dos tempos de hoje.
Por isso que sou fã de rádio, mesmo que digam que estou ficando velho. Na AM, Radio Jornal, Geraldo Freire deu um show de informação on-line, e sem precisar de computador (rsrsrsrs).
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