Curar minhas frustrações mais profundas. Li essas palavras no meu horóscopo diário agora há pouco. Essa missão ainda não é para essa vida. É só o que posso concluir. Afinal, uma pessoa como eu que tenta lidar com essas frustrações todo santo dia só pode almejar isso mesmo... Lidar de forma o mais saudável possível com seus medos mais arraigados, com suas ditas frustrações. Coisas que esse medo feroz me impede de fazer, resolver, levar a diante. Vocês podem achar isso a coisa mais maluca do mundo. Como o medo me impede de fazer coisas que para tantos são tão corriqueiras, até banais.
Pois banalidade é uma palavra que eu não conheço. Racionalidade é como uma praga na minha existência, pois, se pudesse enterrar essa danada em um buraco bem fundo, talvez eu fosse uma pessoa mais espontânea, menos ansiosa e, quem sabe, mais feliz. Melhor resolvida com as minhas frustrações. As mais profundas realmente precisam de mais tempo para serem lapidadas e rasgadas. Despedaçadas, quem sabe, um dia, em um futuro ainda incerto, em uma outra vida, com certeza.
Os ataques de ansiedade mais agudos ainda existem. Achava que poderia me livrar deles, mas não. Ainda não. O dia a dia já é cruel o bastante comigo, sem levar em conta a minha própria cobrança desenfreada, pela perfeição que nunca irei alcançar, pela atitude que tantos esperam de mim. Mas a mais decepcionada sou eu mesma. Não se iludam, se vocês desejam mais e o melhor de mim, nunca chegarão aos meus pés no quesito exigência. E como não correspondo às minhas expectativas... quem é que tem que lidar com a frustração? Isso... Eu e somente eu.
Terapia? Claro que sim, preciso desde mesmo antes de nascer. Mas ainda não aceito isso totalmente. Ainda tenho algumas barreiras a quebrar para ligar e marcar a consulta de avaliação. Por enquanto, vou sobrevivendo como um ex-viciado, um dia após o outro, tentando não me afogar na ansiedade nem na rotina louca que me imponho. Tento, acada dia, não sair do trilho, não perder o controle de mim mesma. E parece que é isso mesmo que pode acontecer a qualquer instante. E, o pior, é achar que, em alguns momentos de delírio (ou seria de lucidez selvagem), é justamente o que precisa acontecer comigo: perder o controle.